12 dez Artigo: Mentiras e compra de votos – Por Guiomar Vidor
Posted at 17:35h
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O governo federal usa como estratégia uma campanha enganosa para fazer passar a Reforma da Previdência através de uma pesada campanha de mídia que já custou mais de R$ 120 milhões, conta que nós estamos pagando.
A CPI do Senado, cujo relatório foi aprovado por unanimidade até pelos senadores da base governista, provou que não existe déficit. Segundo a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal, em 2015, o investimento na Previdência foi de R$ 631,1 bilhões, enquanto as receitas da Seguridade foram de R$ 707,1 bi. Saldo: R$ 24 bilhões. Porém, o governo desvia os recursos para outras áreas através da Desregulamentação das Receitas da União e não cumpre o que diz a Constituição a respeito do nosso sistema Previdenciário.
Outro fato importante de ser destacado é que a Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados fez estudo, recente, mostrando que a MP 795/2017, que deve ser votada junto com a reforma da previdência, irá promover isenções fiscais de R$ 980 bilhões para o setor de petróleo e gás no Brasil, até 2040. Contraditoriamente, o governo defende que a mudança nas aposentadorias proporcionará uma economia de R$ 480 bilhões. O valor das isenções é mais que o dobro da prometida economia anunciada pelo Governo.
Esses dados mostram, mais uma vez, que Temer busca atender os interesses do mercado, prejudicando para isto a classe trabalhadora brasileira que tem seus direitos retirados. A reforma da previdência propõe um aumento na idade da aposentadoria através de cálculos complexos que torna difícil para o trabalhador saber a idade que poderá se aposentar. Quem ganhará com a reforma, caso ela seja aprovada, será as multinacionais como as empresas de petróleo que já são bilionárias.
Além disso, o governo diz que vai combater privilégios. Outra mentira, pois militares, deputados e senadores não foram incluídos nesta reforma. Não podemos aceitar esta reforma sem debate, além de sabermos que se baseia na compra de votos no Congresso. Podemos sim debater ajustes, mas para isso é preciso abrir a “caixa-preta” dos recursos da Previdência.
Artigo publicado no jornal Zero Hora de 12/12, na página 27.